Um pequeno dispositivo em forma de pretzel projetado como uma nova abordagem para o tratamento do câncer de bexiga atraiu a Janssen Oncology para a TARIS Biomedical em 2019 e, por fim, levou à aquisição da empresa de biotecnologia pela Janssen. A aquisição aprofunda a experiência e o compromisso da Janssen com o câncer de bexiga e ajuda a diferenciar ainda mais o portfólio por meio da aplicação da tecnologia inovadora da TARIS.

O sistema TARIS é uma plataforma de estadiamento clínico de primeira classe para avaliar novos medicamentos administrados localmente a pacientes com câncer de bexiga e, potencialmente, outros tipos de câncer. É um dispositivo de administração à base de silicone que permite a liberação contínua de medicamentos diretamente para tumores na bexiga.

A tecnologia foi projetada para lidar com alguns dos desafios do câncer de bexiga, que teve avanços terapêuticos limitados por décadas. “Apesar de permitir o acesso direto aos tumores, a bexiga é extremamente eficaz na eliminação de materiais estranhos, o que cria desafios significativos na aplicação do tratamento para a bexiga”, afirmou Dennis Giesing, Ph.D., Senior Director da TARIS Research, que foi fundamental na concepção do sistema. “Em estudos anteriores, descobrimos que o formato de pretzel foi excepcionalmente bem-sucedido em não desencadear uma resposta de corpo estranho, ao mesmo tempo que administrava doses eficazes de tratamento e evitava toxicidades sistêmicas.”

Os efeitos colaterais são um problema sério no tratamento de pacientes com câncer de bexiga. “Os pacientes tendem a ser mais velhos e mais frágeis e têm mais comorbidades,” afirmou Chris Cutie, M.D., MBA, Global Medical Head do TARIS. “As terapias tradicionais podem envolver quimioterapia e radioterapia, além da remoção cirúrgica da bexiga. Muitos pacientes são considerados não aptos ou optam por não passar por esses procedimentos. O sistema TARIS pode nos permitir colocar quimioterápicos e terapias direcionadas na bexiga em concentrações relativamente altas, além do que poderia ser alcançado se os medicamentos fossem administrados por via oral ou infundidos.”

Chris Cutie, M.D. Global Medical Head da TARIS	Dennis Giesing, Ph.D. Senior Director da TARIS Research

O câncer de bexiga também é caracterizado por um alto grau de mutações genéticas, resultando em muitos tipos diferentes de câncer de bexiga, às vezes ocorrendo no mesmo paciente. “Acreditamos que o sistema TARIS pode fornecer uma oportunidade única para administrar terapias combinadas em uma abordagem personalizada para tratar simultaneamente vários tipos de tumor”, afirmou Giesing.

A tecnologia TARIS surgiu de pesquisas conduzidas no Koch Institute for Integrative Cancer Research do MIT e a empresa foi formada em 2008. O TARIS fez um grande progresso na compreensão da biologia da bexiga e na busca de uma visão para eliminar o câncer de bexiga. “Nossa esperança era que, ao administrar doses potentes e confiáveis de tratamentos por semanas a meses, pudéssemos interceptar a doença e erradicá-la em um estágio inicial, quando ela estiver localizada no revestimento da bexiga”, afirmou Cutie.

Para isso, o TARIS precisava levar o programa ao seu desenvolvimento completo. Em um encontro casual durante uma conferência médica, o TARIS encontrou um parceiro na Janssen.

“O escopo e a escala da visão da Janssen correspondem ao que desejamos alcançar”, afirmou Cutie. A TARIS também ficou impressionada com o profissionalismo e o compromisso da Janssen com os pacientes com câncer de bexiga, seu desenvolvimento em estágio avançado e capacidades de fabricação e profundo conhecimento em oncologia.

A linha robusta de terapias direcionadas da Janssen Oncology oferece uma infinidade de possibilidades. “Ser capaz de fornecer terapias direcionadas para tratar pacientes seletivamente com terapia local, enquanto potencialmente limita a toxicidade fora do alvo, pode levar a mudanças importantes na forma como tratamos os pacientes”, afirmou Cutie.

Além disso, as terapias combinadas podem permitir que o tumor seja atacado de duas direções - dentro da bexiga e de forma sistêmica. “Como exemplo, estamos combinando esta tecnologia com um inibidor de PD-1 para avaliar se podemos aumentar os efeitos antitumorais de ambos, a fim de melhorar significativamente a forma como tratamos esses cânceres”, afirmou Giesing. A Janssen está explorando o uso da tecnologia para outros tipos de câncer, alguns potencialmente além da bexiga.

“Estamos entusiasmados com a oportunidade de potencialmente fazer a diferença na vida dos pacientes”, afirmou Cutie. “Acreditamos que a tecnologia TARIS pode afetar significativamente a mudança no tratamento do câncer de bexiga e outras doenças.”